Mário Soares
Boas.
Hoje enquanto estava a ver a abertura dos noticiários, a peça de abertura dos mesmos era a de que o politico Mário Soares estava internado em Lisboa com o estado de saúde preocupante.
Mário Soares com 92 anos foi tudo na vida política: combateu a ditadura de Salazar e Caetano, que a Revolução dos Cravos derrubou em 1974, fundou o Partido Socialista (PS), foi ministro dos Negócios Estrangeiros, primeiro-ministro nas décadas de 70 e 80, e Presidente da República, de 1986 a 1996. Foi também eurodeputado entre 1999 e 2004. Em 2005 candidatou-se, sem sucesso, à Presidência da República, tendo sido derrotado por Cavaco Silva. As eleições foram a 22 de Janeiro de 2006.
Quer como homem, quer como politico ele teve as suas ideias e defendeu-as. E isto quer se concorde ou não com as mesmas, tem que se dar o valor.
Compreendo perfeitamente que a nossa comunicação social dê destaque ao estado de saúde do senhor que foi uma das maiores figuras da era moderna da Política, mas isto chega a um ponto em que é quase um absurdo. E já nem falo do facto de quando uma pessoa se aproxima do seu fim passar a ser quase uma santa. Todos os defeitos desaparecem e é só virtudes. Mas o que me intriga mais é que nestes casos todos os apoios aparecem e digo de passagem que isso deveria ser o normal. Mas quantos milhares de pessoas é que necessitam de apoio e não o conseguem? Não tendo nada contra a pessoa em causa (sendo que numa larga maioria dos casos até concorde com os seus ideais), qual foi a sua carreira contributiva? Há neste país milhares e milhares de pessoas que descontaram uma vida inteira e que são tratadas como se fossem objectos. O que se passa com o Mário Soares (e digo isto sem o Sr. Doutor, porque é uma pessoa como todas as outras) é algo normal, mas cabe a cada um de nós que todos sejam apoiados, quer seja uma figura importante ou um anónimo cidadão. Espero sinceramente que o mesmo recupere, embora tenha que se ter a consciência que tudo tem o seu fim.