Olá.
Quem é pai de vez em quando começa a ler artigos que nos podem ser muito importantes no cuidado a ter com os nossos filhos e mesmo com a nossa saúde. Cá vai um desses casos:
Varicela: vale a pena “fugir” enquanto se é criança?
Esta é uma doença muito frequente na infância. É, por isso, importante saber o que é e o que fazer, para evitar algumas preocupações
A varicela é uma infecção vírica que se manifesta pelo aparecimento de borbulhas (caracteristicamente vesículas, com “cabeça de água”), sendo a sua gravidade muito variável. Na maioria dos casos trata-se de uma doença benigna, especialmente se adquirida nos primeiros anos de vida. Já na adolescência e na idade adulta o risco de complicações é maior, pelo que geralmente se considera que é “melhor” contraí-la enquanto se é pequeno. Só surge uma vez na vida, porque a partir daí adquire-se imunidade para o vírus, sendo impossível tê-la duas ou mais vezes. O tempo de incubação varia entre 7 e 14 dias e pode inclusivamente ocorrer sem dar sintomas (forma subclínica).
O diagnóstico da varicela assenta num princípio fundamental: as lesões não surgem todas ao mesmo tempo. Assim, para sermos exatos, temos que observar as lesões típicas em, pelo menos 3 estádios diferentes de evolução:
- pápulas (pequenas elevações vermelhas que aparecem na pele)
- vesículas (bolhas de água)
- crosta (fase de resolução)
Como se trata este problema?
O tratamento visa essencialmente o alívio dos sintomas e compreende um anti-histamínico (para retirar a comichão) e paracetamol para a febre. O ibuprofeno (o famoso Brufen que serve para quase tudo) não deve ser dado nestas situações, pelo facto de aumentar o risco de algumas complicações.
Existe ainda a possibilidade de utilizar um antivírico (aciclovir), mas aí as opiniões já não são tão consensuais, até porque é e eficaz apenas quando administrado nas primeiras 48-72h de doença. A Academia Americana de Pediatria não recomenda a sua administração por rotina, já que os efeitos são apenas ligeiros. No entanto, está recomendada a sua utilização nos seguintes casos:
- a) adolescentes;
- b) segundos casos na família, porque geralmente têm manifestações mais graves;
- c) crianças com doenças cardiopulmonares ou cutâneas crónicas;
- d) crianças a fazer tratamentos prolongados com corticoides, mesmo que sob a forma inalada;
- e) crianças a fazer tratamento crónico com ácido acetilsalicílico.
Os cuidados a ter com as crianças com varicela dependem muito do estado geral da criança. Se ela estiver bem e sem febre, não é obrigatório ficar fechada em casa. A única ressalva, nesses casos, prende-se com a tentativa de evitar o contágio de pessoas susceptíveis, nomeadamente grávidas e pessoas com algum tipo de imunodepressão (SIDA, doenças oncológicas, quimioterapia, ...), pelo que não devem frequentar locais fechados onde possam espalhar o vírus. É bom relembrar que o contágio é possível até todas as lesões estarem em crosta.
QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES?
As complicações são muito pouco frequentes e prendem-se com a infecção das lesões da pele, embora possa também atingir os pulmões e o cérebro.
Assim, aqui ficam alguns sinais de alarme que implicam observação médica urgente em caso de varicela:
- mau estado geral da criança
- falta de ar e dificuldade respiratória
- febre que não se consegue controlar com a medicação
- alteração do equilíbrio, marcha ou linguagem
- zonas de pele muito vermelhas, duras e dolorosas
Vale a pena vacinar?
Relativamente à vacinação, neste momento as recomendações da Sociedade Portuguesa de Pediatria seguem as orientações da Organização Mundial de Saúde, que afirmam que as atuais vacinas contra a varicela só devem ser ministradas se se assegurar uma cobertura vacinal acima dos 80%. Assim, visto ser praticamente impossível obter essas taxas sem a inclusão da vacina no Plano Nacional de Vacinação, a opinião mais consensual é a de que não se deve vacinar as crianças saudáveis por rotina, devendo reservar-se apenas para os seguintes casos:
- adolescentes e adultos susceptíveis (que não tiveram a doença na infância)
- crianças que contactam com pessoas imunodeprimidas
Esta é uma doença muito frequente na infância e que grande parte das crianças acaba por contrair. Por esse motivo, é importante saber o que é e o que fazer, para evitar algumas preocupações por parte dos pais.
Foi pena não ter lido este artigo há uns anos atrás, porque tinha eu por volta dos 30 anos quando fui bafejado por esse vírus. E nunca nas minhas idas à vacinação obrigatória me falaram que existia uma vacina. Correu tudo bem, mas num adulto sabia que a varicela pode provocar impotência? Pois a mim também nunca mo tinham dito, mas se tivesse tido azar e tivesse ficado assim? Claro que nessa altura toda a gente tinha fugido com o cú à seringa.