Alimentação saudável
Boas.
Hoje em dia e talvez por ser pai, dos artigos que mais me chamam a atenção é sobre as coisas que dizem respeito aos miúdos e desta vez foi mesmo isso que aconteceu enquanto andava a cuscar na Net. Aqui vai então:
10 Truques para evitar as birras dos miúdos à mesa
Um dos segredos para pôr os miúdos a comer bem sem barafustar é começar desde bebé a fomentar o contacto com alimentos saudáveis e equilibrados, deixando de fora o mais possível os doces e os salgados. Fundamental é haver paciência bem como ter persistência.
O ideal é aproveitar uma espécie de janela de oportunidade que existe dos 4 aos 6 meses até ao primeiro ano de vida para dar ao bebé os alimentos saudáveis que quer que ele experimente. Mãos bem lavadas (para evitar as toxi-infeções) e coloque-lhe no prato à frente legumes, fruta e peixe, entre outros alimentos de elevado interesse nutricional, e deixe-o explorar, com a colher ou mesmo à mão. Nesta fase a criança está mais apta a aceitar novos sabores e novas texturas, familiarizando-se com eles. E muitas vezes os pais não fazem isso. Como não gostam, assumem que os miúdos também não gostarão. Isto sem experimentarem sequer.
Se os alimentos saudáveis não forem introduzidos até a esta altura, mais ou menos a partir dos 2 anos de idade existe um período em que as crianças tendem a recusar alterações à sua rotina alimentar, e as birras à mesa passam a ser mais frequentes sempre que se tenta introduzir um alimento novo. E se os pais não tiverem um pouco de paciência pior será.
O ideal é criar hábitos alimentares saudáveis até aquela idade. Depois dos 2 anos, os educadores podem dar a volta à situação se tomarem as atitudes certas. A persistência da pessoa que cozinha em casa e que prepara os lanches para a escola é essencial, e as suas opções vão condicionar o que a criança come. No caso dos mais novos, estas escolhas vão estar na base da capacidade de aceitação da comida e da formação dos seus padrões alimentares.
À medida que o tempo passa, as crianças tenderão a aceitar melhor os alimentos mais familiares. Se o tipo de alimentação que está mais presente no seu ambiente for mais saudável, é esse que elas vão querer experimentar. O exemplo é muito importante: é de evitar insistir com o rapaz para comer a sopa quando o pai pode “saltar” esta parte e não devemos evitar o peixe só porque “achamos” que a criança não gosta.
Dez truques que funcionam ou pelo menos que tenho esperança que funcionem
As birras que nascem à frente de um prato de peixe estufado com legumes cozidos gerem-se como qualquer outra: as palavras de ordem são manter a calma, dar tempo para a criança se acalmar também e, quando ela voltar a pedir comida, oferecer o mesmo. E não esquecer, que nós educadores temos que ser os primeiros a dar o exemplo.
Aposte no saudável: é importante que o leque e a variedade de alimentos disponibilizados à criança sejam tão saudáveis quanto possível. Deixe de fora doces e salgados, ricos em gordura, entre outros alimentos de pouco interesse nutricional. Quanto menos contacto a criança tiver com este tipo de produtos, melhor. Comer uma batata frita não é crime, mas será preocupante se isso se tornar muito frequente.
Contra a fome, fruta e legumes: tenha sempre em casa fruta fresca, sopa, saladas e legumes que possa oferecer à criança quando ela tiver fome. Ela não se mostra satisfeita com as opções apresentadas? Explique-lhe que a escolha é essa e que não há volta a dar. Mas não se esqueça de variar. Uma criança pode gostar muito de maça, mas se lhe der dez vezes seguidas é capaz de enjoar. Ou você não enjoava?
O paladar também se educa: é importante, desde tenra idade, insistir com os alimentos de que a criança menos gosta. Tenha paciência: por vezes, é preciso insistir 10 ou 15 vezes para a criança aceitar um alimento. Continue a incluí-lo na refeição, experimentando, por exemplo, receitas diferentes. Camuflar sabores num molho é simples!
É normal haver alimentos preferidos: nem todos temos o mesmo palato. Se vir que existe uma real resistência a um alimento, esteja ciente de que é normal haver alimentos mais do nosso agrado do que outros. Mantenha-se fiel aos seus princípios, mas varie as opções disponibilizadas. Variar é fundamental!
Se come na escola, come em casa: ele dá-lhe a volta? Seja firme e não se deixe enganar: explique-lhe calmamente que a comida é aquela e não há outra e que quando voltar a pedir comida é aquilo que vai ter. Mantenha-se firme ao prometido e não se deixe levar por birras. Se a criança come na escola um determinado alimento também vai ter de o comer em casa. Muitas vezes o problema é a falta de paciência dos pais. Por vezes antes querem ceder à vontade dos pimpolhos do que se estarem a chatear.
Fomente a curiosidade: incluir desde cedo os mais novos nas compras e na preparação das refeições permite mostrar a composição adequada do prato, com a devida inclusão de carne ou de peixe, legumes e farináceos. É uma oportunidade para tirar partido do sentido lúdico e da curiosidade inatos aos mais novos, por exemplo, apostando em refeições coloridas, com sabores e texturas diferentes e abordando a introdução de cada novo alimento de uma forma “científica”: é amargo ou doce? Estaladiço ou macio? O sabor é semelhante a algum já conhecido? Explore os alimentos com as crianças. Este é um jogo que poderá ser benéfico para os miúdos.
Bom ambiente à mesa: sejam crianças ou adolescentes, peça ajuda para que todos colaborem nas tarefas, como pôr a mesa, cortar legumes, fazer salada, etc. Estes são momentos que permitem a partilha de tempo e são propícios para conversar sobre, por exemplo, como correu a escolinha, enquanto se faz o reforço positivo sobre os alimentos que queremos que a família, de uma forma geral, consuma, explicando, que os brócolos ou o salmão são fundamentais para crescermos saudáveis e porquê. Para evitar interferências, desligue a televisão ou, pelo menos, baixe o seu volume. Evite conversas fraturantes, por exemplo, sobre maus resultados escolares ou problemas familiares.
Varie as receitas: se a pescada cozida não reúne adeptos, experimente estufá-la com verduras. Os brócolos são recusados? Integre-os num arroz. O feijão-verde não agradou? Corte-o em pedaços e misture-lhe um ovo cozido. Se espalhar fruta e frutos secos sobre a salada de alface talvez todos a queiram experimentar. Não gostam de cenoura cozida? Experimente cortá-la às tiras e distribuí-la na forma de snack enquanto veem televisão. As couves enrolam-se-lhes na boca, mas migas com broa talvez se comam melhor. Nem todos gostamos de tudo, mas se não existir oferta, só iremos gostar de bife com batatas fritas.
Aposte nos bons exemplos: fazer chantagem com sobremesas e doces em troca de um prato saudável é absolutamente proibido. Mais vale alargar a todos os elementos da família os bons hábitos alimentares. As crianças experimentarão mais facilmente o que virem os outros comer com satisfação. Contra mim falo, é sempre mais fácil dizer à nossa criança que terão um iogurte se comerem a sopa!
Quando a birra continua: e se, apesar dos esforços, a criança se recusar a comer? Se isto acontecer, deve-se explicar, com calma e firmeza, que a comida é aquela e não há outra e que, quando pedir comida novamente, é aquilo que vai ter. E os pais têm de cumprir. A criança tem de perceber que são os adultos que definem as regras. E os educadores têm de ser firmes, sem ser agressivos, e não manifestar ansiedade. Isto é do que mais importante se pode fazer!
Em suma, ter uma alimentação saudável e variada, cozinhar tendo por base este princípio e disponibilizar fruta e vegetais com frequência gerará miúdos mais adeptos de uma alimentação saudável. A alimentação é muito importante e que irá influenciar a saúde futura dos nossos filhos.