Boas.
Agora que o fim do mês começa aí a chegar eis que a minha carteira começa a ficar como o filme: E tudo o vento levou. Mas para evitar que por lá passe um ciclone e fique mesmo a zero, o planeamento do orçamento é muito importante, por isso mesmo aqui deixo uma peça que fala sobre isso mesmo:
A elaboração de um orçamento familiar tem uma importância fundamental na gestão financeira da nossa família. E acima de tudo o mais complicado é começar. E como planear um orçamento familiar dirão desse lado?
Trata-se de uma ferramenta muito importante que facilita o controlo das despesas mensais, incentivando a poupança e servindo de base para planificar futuros investimentos tais como comprar uma casa, poupar para os estudos nossos dos filhos, ou quem sabe planear a reforma. É preciso rigor e compromisso na forma como se gere o dinheiro que ganha, ou então corre o risco de acumular dívidas em consequência de gastos desnecessários e isso poderá ser uma bola de neve crescente..
A primeira coisa a fazer na elaboração de um orçamento é identificar todas as nossas despesas e receitas, fixas e variáveis, para que se possa calcular a incerteza mensal em torno do rendimento. Comece por identificar as despesas fixas mensais. Estas terão de constituir a prioridade máxima no orçamento. Entre as despesas obrigatórias incluem-se o pagamento da casa, créditos se existirem, infantários ou escolas, seguros, transportes ou viatura própria ( e os gastos com manutenção, pneus, inspecções etc também contam), água, luz, televisão por cabo, telefone e gás.
De igual forma, organize as despesas variáveis. Entre elas incluem-se o dinheiro gasto na alimentação durante o mês, lazer, férias (se as fizer, claro) e vestuário. Tratando-se de um gasto variável, é preciso simular possíveis oscilações que obrigam a ajustes mensais. Desta forma, garante que os meses com menor gasto equilibram aqueles em que os encargos excedem as receitas.
Subtraindo as despesas às receitas, o valor que daí resulta indicará o estado da situação económico-financeira da sua família. Caso o resultado seja positivo, há que decidir o que fazer com o dinheiro que sobra, analisando a incerteza inerente e definindo objectivos de poupança. Caso seja negativo, é preciso reavaliar todas as despesas garantido que consegue diminuir parte dos encargos para que a situação líquida se torne favorável. Se for este o caso, defina formas de poupar e avalie anualmente os contratos que faz.
Procure seguros automóveis ou de saúde mais baratos (e a saúde no sistema pública é uma opcção bastante forte), pacotes de televisão ou internet mais em conta e planeie formas de reduzir os consumos de água, gás e luz (hoje em dia lâmpadas economizadoras são ao preço das outras por exemplo). Muitas empresas estão dispostas a renegociar os contratos, principalmente se encontrar serviços mais baratos na concorrência. Mas se ainda assim se encontra em situação de dívida, ou se precisa de poupar para além do que o rendimento permite, considere arranjar um part-time. Pode simplesmente aproveitar as suas capacidades profissionais para ganhar algum dinheiro extra.
Face a uma liquidez negativa, a solução de fazer um empréstimo pessoal parece uma alternativa atractiva, representando uma injecção de dinheiro rápida nas finanças da família. Mas antes de contrair uma nova dívida, tenha em conta a taxa de esforço que tal implica. A taxa de esforço calcula-se dividindo todas as despesas pelas receitas e multiplicando por 100. Para não correr o risco de ficar sobrecarregado com empréstimos, esta não deve exceder os 40%. E para além disso, quando acaba por gastar esse dinheiro como será?
Mesmo em caso de liquidez positiva, é importante definir uma estratégia de poupança e planear bem qualquer decisão financeira. Se tem objectivos que se traduzem numa despesa futura elevada, como uma viagem ou o pagamento de propinas dos filhos, é necessário planear uma estratégia para os atingir, sem que estes comprometam o pagamento das obrigações principais.
Da mesma forma, uma almofada financeira de segurança é indispensável para lidar com eventuais imprevistos. Um divórcio, perda de emprego ou doença súbita são algumas das situações que podem ocorrer de forma imprevisível e que pode acontecer a qualquer um a qualquer momento. Para tal e se conseguir deve tentar poupar entre 5 a 10% dos seus rendimentos todos os meses, para poder criar um fundo de emergência.
Se percebeu a ideia principal mas não sabe como a colocar em prática, existem algumas ferramentas gratuitas disponíveis na internet que o podem ajudar a organizar as despesas e a planear o orçamento familiar. Normalmente são compostas por uma folha Excel onde se inserem as despesas fixas, diárias e mensais, e onde se estabelecem metas de poupança. Da mesma forma, existe um grande número de softwares e aplicações gratuitas para o telemóvel ou tablet. Estas ajudam a monitorizar aquilo que gastou, registando todas as transações, desde um simples café, às compras mensais no supermercado.
Mas o dinheiro é como o tabaco. Não adianta nada dizer que não se consegue e que não é possível se realmente não colocar as coisas em prática. Verá que no início será um pouco de sacrifício que fará, mas que à medida que o tempo for passando isso será natural.