2018
Olá.
E embora pareça que o ano começou há pouco tempo, a verdade é que o 2018 está prestes a ir embora. Basicamente o tempo é como o gelo que está nos Pólos derrete muito mais rápido do que aquilo que se está à espera.
Hoje de manhã dei por mim a pensar nos temas que estiveram em destaque neste ano que está a terminar. Claro que existem assuntos que estão frescos na memória e que são fáceis de mencionar, como a queda do helicóptero do INEM e que provocou quatro vítimas mortais, das manifestações dos coletes amarelos. E não falo dos milhares de França que semeiam o caos, falo de Portugal onde milhares dizem que participam isto no Facebook, mas depois aparecem cinquenta pessoas nas cidades.
O caos nos aeroportos por causa dos drones também é recente, mas se falar do programa da Supernanny da SIC parece que falo de uma coisa do século passado. Uma coisa que parece que já se arrasta há muito tempo é o caso da Pediatria do Hospital de São João que dizem os políticos que irá entrar em construção em 2019, mas vindo de uma classe que em 2018 marcava as presenças na Assembleia da Republica mas que afinal andavam a passear, é de duvidar. Claro que aquando da visita do presidente chinês ou angolano está lá tudo para a fotografia.
Mas a nossa classe politica continua igual, isso só tem um culpado. E aí somos todos nós!
Embora eu não tenha nenhum partido político vejo que o Sr. António Costa até tem algum valor. Porque o PS pode até nem não ter grandes ideias, mas consegue calar e controlar quer o Jerónimo Sousa, quer a Catarina Martins e se o PCP ou o BE pouco se ouvem (e aqui junto os Verdes e o PAN), o CDS e o PSD pouca mossa fazem. Ter a Assunção Cristas e o Fernando Negrão sempre a olharam para os telhados de vidro que têm não ajuda nada. E aqui deixo a minha a minha palavra de desagrado para com o Marcelo Rebelo de Sousa. Dos dez milhões de habitante no Continente, eu sou uma daquelas 37 pessoas que não tem uma selfie com ele!!
Já se for para estar a lidar com os protestos dos estivadores; dos professores, dos guardas prisionais; dos enfermeiros ou dos juízes é que é mais complicado até porque as reivindicações só se resumem a uma palavra: dinheiro. Mas tenta-se calar as classes mais baixas aumentando o salário mínimo para 600€, mas se trabalhar no público merece um aumento maiorzito. Claro que os que estão abaixo, em 2019 não irão votar. Era o que mereciam, não eram!! Mas isso não acontece aqui; se fosse para festejar um título de futebol estava tudo na baixa a festejar, mas se o balcão dos CTT da zona fechar então encolhe-se os ombros!
E já nem falo nas mulheres, porque segundo os últimos estudos, os homens ganham em média mais 157€ que elas pelo mesmo trabalho. Se a minha Maria lê isto ainda diz que eu tenho que trabalhar mais!
Mas isto está sempre a evoluir, a NASA já nos consegue mostrar Marte em alta definição, mas já ninguém quer ver as estradas em Borba que parecem ser feitas de esparguete. Acidentes acontecem, mas quando fazemos por isso, isto acontece!! Mas quando acontecem factos como o furacão Leslie, as coisas só são faladas dois dias. Mas existem pessoas que a vida nunca mais se endireita.
Claro que neste país existe sempre dinheiro para organizar o festival da Eurovisão em Lisboa ou aproveitando a especulação imobiliária vender um T0 por 150 mil euros, para colocar o preço da gasolina a ser um dos mais caros do Mundo, mas depois batemos palmas para o Mourinho que sacou mais de 25 milhões ao Manchester ou ao Ronaldo que apesar das acusações de assédio sexual ainda valeu uma centena de milhões que a Juventus pagou ao Real.
No plano internacional o Brasil foi muito falado por causa da eleição do Sr. Bolsonaro, mas também por causa da prisão do Sr. Lula e agora das acusações ao Sr. Temer. Nos Estados Unidos o Sr. Trump continuou com as suas maluquices (e já nem falo dos tiroteios que na terra do Tio Sam já são normais) e com as suas conversações com a Coreia do Norte, do produtor Harvey Weinstein que agora descobriram ao fim de muitos anos que abusava das mulheres; do Brexit que parece um assunto sem fim; da guerra entre Madrid e Barcelona; da Pedofilia na Igreja apesar da popularidade do Papa Francisco e do casamento real em Inglaterra que mereceu directos das nossas televisões e onde a Meghan Markle era a estrela. O terrorismo em França também mereceu enorme destaque, mas ao mesmo tempo as centenas de mortes ocorridos na Republica Democrática do Congo, no Afeganistão, no Iraque; na Somália ou no Iémen só passaram em rodapé.
Este também foi o ano em que se despediram de nós várias pessoas conhecidas mas que depois de serem faladas dois dias, depressa são esquecidas. Andamos uns dias a falar do Stan Lee que criou o homem aranha, mas da actriz Guida Maria quase que ninguém se lembra. Claro que se for para falar dos lugares que a Madonna tem direito para estacionar os seus carros, ou a mudança da Cristina Ferreira da TVI para a SIC já há muito tempo. Mas quem fala das dezenas de mortos que acontecem nas nossas estradas ano após ano?
Este também foi um ano em que o desporto foi muito falado. Claro que o 2ºlugar do Miguel Oliveira no Moto2; o 6º lugar do Futebol no ranking da FIFA (entre 211 selecções), a morte do presidente do Leicester num acidente aéreo; o Portugal ser campeão europeu de Futsal ou a discussão entre a tenista Serena Williams e o árbitro Carlos Gomes são falados mas ocupam 2% do tempo. Depois ainda temos o Real Madrid ser campeão europeu; o Modric vencer todos os prémios individuais (pondo em fúria a comunicação social defensora do CR7); depois o Sporting perder a Taça (embora as pessoas por vezes se esqueçam que o Aves a ganhou) e o F.C.Porto ser campeão num ano em que foi obrigado pela UEFA a não gastar dinheiro ainda merece uns 28% do tempo.
Mas o resto do tempo foi acima de tudo marcado pelas crises na 2ª circular. Ou pelo caso do e-toupeira na Luz ou pela crise no clube de Alvalade onde a invasão de Alcochete já preencheu centenas de horas na programação televisiva e que levou ao descalabro de Bruno de Carvalho. Meu amigo, que tivesse ficado com amnésia como o seu vizinho do Benfica!
Para amenizar isto, nada como ver Jorge Jesus nas Arábias a falar e a fazer-nos sorrir. Ganha milhões mas ao menos alegra a malta.
2019 vai entrar e quer a nível geral, quer a nível pessoal que seja melhor que este ano que finda!