A crise não está aí. A crise vem aí.
Olá.
Hoje em dia quando se vê qualquer peça noticiosa está o Covid e com o desagravamento da doença a crise é uma das palavras mais faladas. Basta ver ou ler qualquer coisa para se ver que toda a gente diz que isto está uma crise tramada e que a recuperação irá ocorrer mas que demorará muitos anos. Eu em parte até concordo, mas por outro lado acho que as pessoas só estão a ver o topo da montanha. E digo isto porque daquilo que vou vendo por aí existem pessoas que esperam que quando o confinamento acabar e a normalidade voltar à nossa sociedade tudo voltará a ser como dantes. Mas basta ver o que vai acontecendo por aí e parece que as coisas ficarão negras por uns tempos. Quando acabarem as moratórias dos bancos, muitas famílias ou ficarão entupidas até à garganta ou perderão a sua casa. E quem diz isto diz o resto dos créditos, ou o do carro ou o pessoal. Hoje em dia o Estado está a dar apoios a muita gente. Muito pouco, dirão alguns. Até posso concordar, mas quando isso acabar como será? Outra vertente que verá o seu lado negativo será o mercado de trabalho especialmente a restauração e a hotelaria. Não nos podemos esquecer que até ao inicio do ano passado, Portugal mais parece uma EuroDisney do que um país normal. Bastava andar no meio de qualquer cidade para se ver que o português era uma língua pouco falada, mas o que muita gente se esquecia que o Turismo é um bocado de modas. E isto do Covid ninguém poderia prever, mas isto estava a chegar a um ponto em que o Turismo estava a chegar a um ponto quase de fora de controlo. Basta ir à Ribeira do Porto para se ver que habitantes locais estão a desaparecer.
Quando um japonês ou um brasileiro vai visitar este local quer ver o quê?
E depois temos os cafés, bares e restaurantes que nasceram como cogumelos e que agora muitos deles só se manterão abertos quase por milagre.
Mas para além desses sectores, existirão muitos que serão arrastados para terrenos mais pantanosos. Um deles será o sector do imobiliário. Se até aqui de cada pedra que se levantava na calçada existia uma imobiliária e mais uma casa para vender, agora as coisas de certeza que irão abrandar. Este é um dos sectores que quer as autoridades nacionais, quer as locais terão que mais cedo ou mais tarde tomar medidas, porque não se compreende estar a fazer prédios e prédios novos, quando muitas vezes (e mesmo nos centros das cidades) estarem centenas de prédios em ruinas. E isto também interfere com o turismo, porque ter um centro de uma cidade muito bonito e terão lado um prédio que a qualquer momento pode cair em cima de alguém é algo que não lembra ao Diabo.
E hoje nem falo das dezenas e dezenas de pessoas que todos os dias estão a encher os quadros dos Centros de Emprego.
Eu sinceramente espero estar enganado, mas vamos ver o que o futuro nos trará!