Boas.
Ainda esta semana estava a ler sobre a pressa que se está a viver a vida, pressa essa que nos leva mais depressa para a morte. Como se sabe a morte é algo de inevitável, mas a Vida deve ser vivida com um tempo que se consiga viver em plenitude.
E uma das vertentes que temos na nossa vida é a cozinha e o comer e o modo como muitas vezes em vez de se comer, basicamente a comida é engolida. E isto também se aplica na confecção. De seguida deixo aqui alguns exemplos:
Descansar a carne
Após assar a sua peça de carne deve esperar entre 15 a 20 minutos (dependendo do tamanho da peça) antes de a trinchar. Isto fará com que os seus sucos que estão no interior da peça, se distribuam até à camada superficial, aquela que esteve mais exposta ao calor e que por isso mesmo perdeu sucos por evaporação.
Os panados pedem calma
O panado para ser bem feito é banhado pela seguinte ordem: farinha, ovo batido (o qual serve como cola) e pão finamente ralado. E como tudo na vida, a pressa é inimiga da perfeição. Para ter bons resultados deve banhar o panado nos três elementos e coloca-los 20 minutos na grelha do forno à temperatura ambiente a descansar antes de os fritar.
Na carne, coloque a pimenta só no fim
Seja no forno, no grelhador ou na frigideira, as altas temperaturas tendem a tostar a pimenta, conferindo-lhe deste modo um sabor amargo. Desta forma, o ideal será juntar a pimenta depois da carne já cozinhada. Com o sal, dado não existir este problema, este pode entrar no início do assado e, com isso, penetrar na carne.
Ervas aromáticas frescas só no fim
Gosto e aroma são duas qualidades dos alimentos que devem conviver em conjunto. No caso das ervas aromáticas, a fragrância é bastante frágil. Em consequência, face ao calor o aroma desaparece rapidamente. Poderá adicionar ervas aromáticas secas durante a confeção dos alimentos, mas não as frescas. Estas só deverão ser adicionadas na hora de desligar o fogão.
Barrar molho no frango no início do grelhado.
Barrar a carne de frango com um molho no início do assado não lhe traz sabor acrescido. Muitos, entre os molhos industriais, contam com uma grande quantidade de açúcar. Se barrar a carne de frango antes de esta ir à brasa, a temperatura elevada do assado vai queimar esse açúcar e conferir à carne um aspeto queimado e sabor algo amargo. Na realidade devemos barrar a carne do frango uns 15 minutos antes do assado estar pronto e, atenção, o lume não deve estar muito quente.
Se vai fritar, adicione o sal só no final
Sendo que o sal absorve a humidade, ao mergulhar os alimentos no óleo quente, vai provocar um acréscimo de salpicos. Além disso, o sal pode também baixar o ponto de fumo do óleo e acelerar a decomposição química. Se desejar utilizar o mesmo óleo várias vezes, não deve salgar os alimentos previamente ou, pelo menos, deverá usar menos sal.
Cozinhar com azeite extra virgem. Um desperdício!
O azeite extra virgem é excelente para temperar uma salada, para regar com conta peso e medida, um peixinho cozido. Mas se o utilizar a altas temperaturas, em frituras, assados ou guisados é desperdiçar um alimento nobre e não traz vantagem face à utilização de um azeite virgem, o qual será bem mais barato.
As claras em castelo pedem que as batamos com sabedoria
Bater as claras a todo o vapor no início do processo vai originar grandes bolhas de ar, as quais serão instáveis. Mas se bater a uma velocidade baixa a média, as bolhas de ar serão mais pequenas e mais estáveis. Nessa altura poderá, aumentar a velocidade para média e, depois para alta.
Virar rapidamente os alimentos
Uma regra de ouro de quem cozinha é não virar constantemente uma peça de carne ou de peixe na frigideira ou panela. Com isso arrisca-se a acabar com carne seca e peixe desmanchado. Deixe os alimentos cozinharem de um lado e, só depois, os vá virar. Uma volta é mais que suficiente.
Acima de tudo cozinhe com calma e tire partido disso mesmo. Cozinhar por obrigação é um castigo, mas cozinhar por gosto é um prazer enorme.