Água é de todos
Boas.
Estando nós em Fevereiro já se começa a ouvir falar em seca. E se aqui no Norte a coisa até nem está má, já para o Sul se continuar assim, iremos ouvir muitas rezas daqui a uns tempos para que chova, mas enquanto não se chega a esse ponto (esperando eu que nunca se chegue) um dos temas que gostaria de levantar é se a água que sai da torneira é realmente segura para o nosso consumo.
Hoje em dia ainda se dá pouco valor a este líquido (a não ser quando a mesma está em falta), mas existem coisas que muitas vezes não sabemos e que poderão custar caro. Por exemplo, sabia que, se o limite da sua propriedade estiver a menos de 20 metros da rede pública de abastecimento, não pode recorrer a uma captação de água própria e usá-la para consumo humano (beber, cozinhar e lavar alimentos, tomar banho e lavar a loiça e a roupa)?
Num caso destes, se não ligar a sua casa à rede pública, está sujeito a coima, que pode ir dos 1500 aos 3740 euros (particulares) e dos 7500 aos 44890 euros (no caso das empresas). E se parece que não existe razão para isto, a verdade pode não ser assim porque não vivemos num país com abundância deste recurso (bem longe disso) e, nos últimos anos, ele tem sido profundamente escasso. Optar pela rede pública garante a qualidade da água consumida e uma gestão racional e sustentada.
Mas se a sua casa se encontrar distante do abastecimento da rede pública, pode recorrer a uma captação particular. Começa pela prospeção, segue-se o furo e, depois, deve fazer análises regulares (semestrais) para garantir a segurança do seu abastecimento particular. É preciso insistir na segurança: mesmo que, à vista desarmada, a água pareça cristalina e limpa, e própria para consumo, há risco de conter substâncias prejudiciais à saúde, que podem causar doenças como gastroenterites ou hepatite A. E estas análises não podem ser encaradas como um gasto, mas sim como um investimento. Mas tenha em atenção que para evitar chatices futuras é obrigado, também, por lei, a efetuar uma comunicação prévia ou a licenciar a sua captação contactando o Sistema Integrado de Licenciamento do Ambiente, uma plataforma eletrónica disponível no site da Agência Portuguesa do Ambiente.
Acima de tudo nunca se esqueça que este recurso é finito. E que mesmo que a Câmara onde mora, tenha não sei quantas fontes, tenho imensas fugas que não são arranjadas ou que ande a lavar as ruas mesmo em dias de chuva, nós temos que ficar bem coo nosso comportamento. Para se poder criticar, não podemos fazer igual aos outros.