De luto, mas por pouco tempo
Ontem foi um dia em que chegaram inúmeras notícias de falecimentos relacionados com o futebol. Entre aquelas que mais chamaram a atenção foi a da equipa da Chapecoense.
O avião que caiu levava a equipa de futebol brasileira Chapecoense a Medellín, na Colômbia, onde seria disputada a primeira mão da final da Copa Sul-Americana. Na origem do acidente terão estado alegadas falhas eléctricas.
Segundo informações divulgadas esta manhã pela Aviação Civil, a bordo seguiam 22 futebolistas, 28 acompanhantes e equipa técnica, 22 jornalistas e nove membros da tripulação.
Avança o site desportivo da Globo que as operações de busca e resgate foram encerradas o balanço final de 6 feridos e 71 mortos. Isto é uma notícia imensamente triste e que deixa uma pessoa sentida, mas no meio desta tragédia o que se ouviu ontem todo o dia era que jogadores de futebol tinham sofrido este acidente. As outras pessoas não contaram. Inclusivé os jornalistas quase que nem eram falados na própria comunicação social. Mas é isto que temos.
Há duas semanas, o mesmo avião tinha sido utilizado pela selecção argentina de futebol, na viagem de Buenos Aires até San Juan para o jogo contra a Colômbia no âmbito das eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia-2018. E se esta tragédia tivesse acontecido nessa altura?
Mas as notícias negras no que diz respeito ao desporto-rei não se ficaram por aqui já que Nuno Greno, membro da equipa técnica chefiada por Vítor Campelos no Vitória de Guimarães B, da II Liga, morreu aos 23 anos, vítima de doença prolongada, doença essa diagnosticada há cerca de um ano, não tendo conseguido vencer a maior batalha da sua vida
Já à noite ouvi que o defesa Willy Boly não estava no FC Porto-Belenenses devido ao falecimento do seu pai. Naturalmente, confrontado com esta triste notícia acabou por ser libertado.
O futebol é um desporto e um espectáculo que arrasta multidões, mas só é pena que os momentos de tristeza e solidariedade sejam efémeros e daqui a duas semanas poucas pessoas se irão lembrar destes momentos e aí já será quase uma «guerra» novamente.