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marianagugudada

A vida não é feita por parcelas, é feita pelo todo

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marianagugudada

26
Set17

Está a ficar tudo extremista?

jl

diferenças.pngBoas.

Agora que está a chegar a hora da paparoca lembrei-me de um artigo que li e que me chamou a atenção. O mesmo falava sobre quem faria pior à saúde se a gordura ou se o açucar. Mas cá vai então:

Alimentação. Quem é o grande vilão: Açúcar ou Gordura?

Quanto mais queremos saber, parece que menos sabemos. É este o estado de espírito depois de se passar em revista os últimos documentários sobre alimentação disponíveis online.

É mais do que sabido que a gordura e o açúcar em excesso fazem mal à saúde mas, entre os dois, qual é o pior? O documentário “That Sugar Film” debruça-se sobre este tema e relembra o início da discussão que já vem de 1955, quando o presidente dos Estados Unidos da América, Dwight Eisenhower, morreu de um ataque cardíaco. O documentário destaca as teorias que surgiram para a doença, com destaque para duas figuras: um cientista americano, Ancel Keys, que dizia que a morte tinha sido causada por uma dieta excessiva em gorduras; e um médico britânico, John Yudkin, que afirmava que os ataques cardíacos resultavam do consumo elevado de açúcar.

Nos anos 70, conta o documentário, as gorduras ganharam a batalha e exoneraram o açúcar, momento em que começaram a ser promovidas dietas baseadas em poucas gorduras (mas cheias de açúcares). O documentário demonstra entã a evolução de um britânico que, ao longo de dois meses, tenta consumir cerca de 40 colheres de chá de açúcar por dia, mas sem recorrer a coisas como gelados ou chocolate. Os resultados são rápidos e notórios: em apenas duas semanas ganha cerca de três quilos, tem alterações de humor e o seu corpo tornou-se dependente do açúcar para funcionar, como se fosse uma  droga. Já no documentário “Fed Up” é afirmado que o açúcar é oito vezes mais viciante que a cocaína. Um documentário que se estreou este ano, “What the Health”, torna a apontar baterias às gorduras e alega mesmo que a diabetes - doença tradicionalmente associada ao açúcar - tem origem, em primeiro lugar, no excesso de matéria adiposa. Porquê?

A diabetes resulta de uma incapacidade de manter os níveis de glucose (açúcar) no sangue e surge ou quando o pâncreas não produz insulina suficiente para gerir este processo devido a uma condição imunitária (tipo 1) ou quando o sistema não funciona normalmente por outros motivos (tipo 2).

É a insulina que promove o processo de passagem da glucose do sangue para as células musculares, onde a mesma é transformada em energia.

De acordo com os médicos que foram ouvidos em “What the Health”, mais do que o açúcar em si, no caso da diabetes tipo 2 é a gordura acumulada que trava esse processo. Mas será este mais um mito? Neste caso, apesar de o documentário ter motivado reações de surpresa, não parece.

No site britânico Diabetes UK, de sensibilização e promoção de saúde, também é afirmado que o açúcar não causa diretamente a diabetes tipo 2, que é mais provável se a pessoa for obesa. A questão é que isto não significa que haja um livre-trânsito para consumir açúcar: o risco de excesso de peso aparece quando se consomem mais calorias do que aquelas que se gastam, e alimentos e bebidas açucaradas são grandes fontes calóricas.

Continuam a aparecer estudos, em que os especialistas ressalvam que uma dieta equilibrada será sempre a melhor opção para todos, sendo de evitar produtos processados - como açúcares ou gorduras.

Este verão, um trabalho da McMaster University, em Ontário, alertou para os riscos associados ao excesso de hidratos de carbono refinados, como o açúcar, enquanto uma dieta com alguma gordura (até 35% da ingestão diária) parecia ter um efeito protetor da mortalidade prematura. Atualmente, a roda alimentar recomenda diariamente 1 a 3 porções de gorduras e óleos e 4 a 11 porções de cereais e derivados e tubérculos.

“À semelhança da ingestão excessiva de açúcar, o excesso de consumo de gordura saturada pode aumentar o risco de resistência à insulina e diabetes tipo 2”, diz Alexandra Bento. Já Isabel do Carmo assinala que a doença não é causada diretamente nem pelas gorduras nem pelo açúcar, mas sim por vários fatores, relembrando ainda assim que “os excessos de açúcares são um dos fatores importantes para desencadear”.

Na batalha travada entre gorduras e açúcares, a especialista afirma que existem vários documentos a favor de um e de outro. Um dos problemas para as melhores escolhas alimentares é o facto de o açúcar, que pode ser bastante prejudicial para a saúde, poder passar despercebido: existe mesmo nos alimentos que aparentemente “não são doces”. Já alguém se lembrou de ver quanto açucar um pão contém?

Moral da história. Não convém exagerar na comida. Mas isso é como na vida. E hoje em dia está tudo a ficar extremistas. Não se pode comer nada, não se pode beber nada, não se pode fazer nada basicamente.

Os extremos fazem mal, mas a nossa essência enquanto humanos é viver e se possível com alegria.

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