O valor de um pinguim
Boas.
Agora (e a pedido de muitas famílias) que o tempo de Inverno começa a aparecer e com isso aquelas coisas naturais como a tosse; o Inferno no trânsito; a ranheta no nariz; os centros comerciais a ficarem completamente lotados; aquela vontade de ficar na caminha de manhã no quentinho; as gripes, lembrei-me de falar de pinguins.
E não falo daqueles que se vêm nos documentários, falo sim do Anacleto. E perguntam vocês quem será o Anacleto?
Pois bem o Anacleto era o pinguim que a minha mãe tinha em cima do frigorífico e que me deixou muitas saudades. O que eu admirava aquele bichano. Parecia o pinguim estátua. Sempre ali quietito com aquela bengala.
Uma das coisas que sempre me intrigou foi o porquê de em cem casas, noventa terem aquele bichano. Ter isso e ter o quadro do menino da lágrima era já uma tradição.
As casas aos olhos de hoje eram pindéricas, mas eram queridas nos anos 80. Era uma altura em que em termos de bens materiais eram bem menos e talvez por isso mesmo era dado um valor às coisas bem maior.
Eu que comecei a falar de pinguins e agora já estou a falar nos valores da vida.