Que país é este?
Boas.
Ontem andava a fazer zapping na Net enquanto ouvia o Fórum da rádio TSF quando falavam do tema que era o Hospital de Santa Maria não ter meios para tantos doentes com cancro sendo que já havia tratamentos adiados.
Claro que a primeira vez que ouvi isto pensei que estava a alucinar, mas passados uns segundos a frase foi repetida sendo que este hospital que é um dos maiores hospitais do nosso país está sem capacidade para responder ao grande número de doentes com cancro que querem aí ser tratados, mas não pode contratar médicos.
O diretor da Oncologia desse hospital garante que o serviço que dirige não tem capacidade para responder a todos esses doentes que procuram o serviço. Uma das origens deste problema foi a hipótese, decidida pelo Governo, dos utentes escolherem onde querem ser tratados e que fez disparar a procura num hospital que nesta área é de referência no país.
Luís Costa, presidente da Associação Portuguesa de Investigação em Cancro, adiantou numa entrevista à TSF que esperava que não aconteça nada de grave e se encontrem soluções, mas estão à beira de abrir, pela primeira vez, uma lista de espera. Na sexta-feira passada foi necessário adiar tratamentos por uma semana, mesmo tendo acabado o trabalho às 21h30, quando, como sublinha, "todos os tratamentos em cancro são urgentes".
O responsável da oncologia do Santa Maria diz que é preciso encontrar soluções e acrescenta que têm tido excelentes internos nesta área que até queriam ficar a trabalhar no serviço, mas as vagas não são abertas: "Ontem despedimo-nos de mais uma...", detalha.
Depois, além da falta de médicos, até o espaço físico do serviço não chega para o crescimento abrupto de doentes.
Luís Costa adianta que é preciso pensar, planear e não apenas responder aos meios de comunicação social com medidas que parecem agradar às pessoas, mas que na prática complicam muito a capacidade de resposta dos hospitais. O médico refere-se à possibilidade, criada em 2016 pelo atual Governo, dos doentes escolherem onde querem ser tratados e admite que hoje o serviço de oncologia do Santa Maria está, em consequência, claramente, com excesso de doentes.
O médico explica que se há um espaço onde se prevê receber um certo número de doentes e este número de repente aumenta muito, "é impossível servir os doentes com qualidade mínima".
O problema preocupa o secretário-geral da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Vítor Veloso adianta que as dificuldades são sentidas por outros hospitais do país.
O que acho «engraçado» é que neste país para salvar os Bancos e os senhores de colarinho branco existem milhares de milhões de euros. Já em coisas essenciais como a saúde ou para comprar fardas para combater os incêndios ou para helicópteros não existe solução.
Este país às vezes parece uma obra de Picasso já que parece surreal.