Regras para os filhos da nova geração
Boas.
Hoje ao ver uma entrevista do Dr. Daniel Sampaio fiquei curioso com o livro que foi agora editado (Do Telemóvel para o Mundo - Pais e Adolescentes no Tempo da Internet, editora Caminho) e que fala sobre as relações entre pais e filhos mas que acima de tudo é fundamental estabelecer regras para que tudo funcione existindo assim comunicação entre nós e os nossos filhos.
E uma dica que o Doutor diz é que os pais não são amigos dos filhos, mas sim modelos.
E um dos problemas que se coloca hoje em dia é do acesso às crianças à tecnologia. Hoje em dia sem ser dos chamados velhotes (e chamo de forma carinhosa) quantas pessoas é que se conhece que não têm telemóvel? E mesmo nas pessoas de idade o número já não é assim tão grande.
Um dos conselhos dados é que telemóveis só a partir dos 10 anos. Quando começam a ficar demasiado agarrados - sem tirar os olhos do ecrã para responder - deve falar com calma e nunca fazer a advertência mais do que duas vezes. A autorregulação no uso é muito importante e importa incutir isto desde cedo.
Há alturas para isto, mas existem períodos essenciais para conversar, tal como existe a hora de levantar e partir para a escola e o trabalho, a hora de chegar a casa, o jantar e a hora de dormir sem estar constantemente com os olhos no ecrã, até porque depois existe o outro lado da moeda em que as crianças ficam quase dependentes da internet assim como dificuldade de falar em presença com os adultos.
Os telemóveis vieram potenciar o exibicionismo dos jovens.
Tudo se resolve com educação ética: o que colocar na net e de que forma. Advertir para os perigos, tentar mostrar como é bom contactar. A exposição do corpo deve ser cuidadosa, mas hoje em dia é uma forma de comunicação que devemos aceitar com parcimónia. Tirar uma selfie como o Marcelo até pode ser engraçado, mas tirar uma foto ao corpo sem roupa, levado por adultos (e não só) poderá levar a graves problemas.
Os pais devem ser amigos dos filhos nas redes sociais?
Os pais não devem ser amigos dos filhos. Ser pai ou mãe é servir de modelo e não estar a par. O que adianta ser amigo se depois o seu filho vai para outras redes como o Instagram, WhastApp, Snapchat (ou muitas outras que nem se conhece) só para não ter que aturar o velhote? Acima de tudo é fundamental explicar aos mais novos o que se pode publicar nas redes sociais e o que não se pode.
O que fazer quando os miúdos estão com os olhos grudados nos telemóveis?
Acima de tudo é necessário falar com muita calma e nunca repetir a advertência mais do que duas vezes. Estimular a conversa e proibir nos momentos-chave da vida familiar. Mas ter em atenção que quando se coloca esta restrição aos miúdos, não é para os pais logo de seguida estarem a jogar o joguinho ou estarem na cusquice do Facebook.
Porque é que não se deve espiar o telemóvel dos filhos? Isto não poderia ser uma boa forma de detectar problemas?
O telemóvel é um território absolutamente privado. Os problemas detectam-se numa base de confiança, nunca como um espião. O pai espia e depois o que faz? Diz que é espião ou mente dizendo o quê? As regras de confiança a partir daí desabavam.
O que devem fazer os pais se apanharem a ver pornografia nos smartphones ou no computador?
Claro que isto é um assunto que enquanto pais nos fazem dar um nó no estomago, mas quantos de nós no nosso tempo e nas redes sociais existentes (VHS; revistas como a Gina…) é que não fizeram isto? Os pais não devem «apanhar» os filhos. Ver pornografia deve ser discutido abertamente porque é frequente, sobretudo nos rapazes. Deve-se dizer que a pornografia é uma indústria, explora o corpo da mulher e tem pouco a ver com a sexualidade das pessoas normais. Se falarmos sobre o assunto ele perderá importância.
Outro problema são os jogos de computador. O que fazer para que se torne um vicio?
Desde muito cedo combinar horários e regras de utilização e fazer ver que um compromisso é para cumprir.