Seguros – parte 2
Boas.
Como o prometido é devido, aqui estou novamente com o tema dos seguros. Vamos lá:
Como calcular o valor do seu património seguro?
Um conselho que se pode dar é que calcule o valor dos seus bens de forma rigorosa, caso contrário, na ocorrência de um sinistro, pode ter algumas surpresas desagradáveis ao descobrir que não vai ter direito a indemnização sobre alguns dos bens seguros.
Da mesma forma, se indicar montantes acima daqueles que os seus bens realmente valem, vai estar a pagar mais pela apólice do seguro desnecessariamente. Nós enquanto portugueses temos sempre a mania de querermos ser mais papistas que o Papa, mas isto pode sair caro a longo prazo.
Faça uma lista dos bens que pretende segurar
Deve começar por fazer uma lista de todos os bens que tem em casa e que desejaria que estivessem cobertos pelo seguro de recheio. O que é que pode estar incluído nesta listagem? Desde vestuário a mobiliário, electrodomésticos, peças de loiça, etc.
Desloque-se a cada divisão da sua habitação e comece a fazer uma lista dos bens que pretende que fiquem cobertos pelo seguro de recheio, de uma ponta à outra (não se esqueça da arrecadação/garagem/sótão). Atribua um montante a cada um desses bens considerando o seu valor em novo (se tiver as facturas de cada um dos artigos, melhor ainda, pois esta tarefa torna-se mais fácil).
Discrimine os bens especiais
Tenha em consideração que existem alguns bens que são considerados especiais como casacos de peles, obras de arte, jóias, armas, colecções, peças de antiguidade de elevado valor…. Todos estes artigos devem estar mencionados em separado. E é muito importante que tire fotografias aos mesmos.
Importa ainda realçar que os bens especiais têm de ser reportados com o seu valor real de mercado, sendo que para isso poderá precisar de requisitar alguma avaliação específica para este tipo de artigos. É muito importante que estes bens estejam devidamente discriminados na sua apólice com o seu valor real, senão, na ocorrência de sinistro, a seguradora não cobre mais do que 1.500 euros por objecto.
Mas tenha atenção que se o valor destes objectos especiais ultrapassar 30% do recheio total coberto pelo seguro, o mais provável que aconteça é que o prémio a pagar fique mais elevado.
Some todos valores e terá o capital a segurar
Proceda então à soma de todos os bens que apontou e ao total adicione 10% sobre esse montante para prevenir um possível esquecimento ou, eventualmente, aumentos de preço. Quando a seguradora lhe perguntar qual é o montante total a segurar, será este valor que deve apresentar.
Note ainda que o capital seguro deve corresponder ao valor de substituição em novo.
Quanto irá pagar para ter um seguro de recheio?
Este montante depende de vários factores, tais como: a localização da sua casa, o tipo de habitação (apartamento ou moradia), os próprios bens que estão incluídos no seguro…
Como se actualiza o capital seguro?
É a nós (tomadores do seguro) que está incumbida a responsabilidade de tratar da actualização do capital seguro do recheio. Isto significa, por outras palavras, que temos que informar periodicamente a seguradora sobre o valor de cada bem.
É muito importante que não se esqueça de tratar disto para ter a certeza de que realmente está a pagar para estar sempre protegido ao máximo senão poderá um dia ter uma surpresa desagradável.
Um conselho que considero importante é que contrate o seguro de recheio com indemnização por inteiro.
Ao longo dos anos, existem bens que sofrem uma desvalorização como é o caso dos equipamentos informáticos. Por causa disto, algumas apólices podem contemplar uma redução do valor da indemnização com base na antiguidade deste tipo de bens. Quando contratar um seguro de recheio, tenha atenção se a apólice paga a indemnização por inteiro sem ser afectada pelo número de anos dos artigos.
Ao contratar um seguro, a hora que pode perder a tirar todas as dúvidas que lhe ocorram ( e deve apontar todas as coisas para que não se esqueça de nada) poderá significar centenas de euros em caso de accionamento do seguro.
Esperando desde já que estes artigos tenham servido pelo menos como um alerta. E não se esqueça que os azares não acontecem só aos outros.