Um hipnotizador em cada um de nós
Olá
Hoje enquanto lia o que tinha saído na revista Visão desta semana vi um artigo bastante interessante que falava sobre o relacionamento entre os adolescentes e o telemóvel e que de seguida deixo aqui umas linhas:
Quando os adolescentes não deixam o telemóvel... nem no banho
Serão viciados ou simplesmente a tirar partido de tudo e mais alguma coisa que o smartphone tem para oferecer?
Na cama, na casa-de-banho, no sofá ou na cozinha. Com amigos e família ou a sós, a caminho da escola. Dar mais um gosto numa fotografia ou num texto. Enviar uma mensagem, partilhar uma foto, fazer um vídeo e mostrá-lo em directo, fingir de guerreiro num jogo. Na palma da mão vai tudo: a música, os amigos, a família, a escola, os jogos, as memórias.
Mariana, uma miúda de 13 anos, até confessa que não pode passar 24 horas sem o telemóvel. Até quando está muito tempo se lhe mexer estranha: "Faz-me impressão não estar contactável e não ver o que os meus amigos publicam." O distúrbio é tão comum que até já ganhou um nome: fear of missing out (ou receio de estar a perder alguma coisa, em tradução livre). O medo de estar longe do telemóvel até se pode transformar numa nomofobia (trocadilho com a expressão inglesa no mobile).
Um estudo realizado nos Estados Unidos revelava que 50% dos sentiam-se dependentes dos seus telemóveis, 78% consultavam-nos a cada hora e 72% tinham a necessidade de responder imediatamente a mensagens ou ver notificações das redes sociais. As conclusões são de 2016, da Common Sense, organização norte-americana sem fins lucrativos. No entanto, esta parece ser a tendência generalizada de uma geração inteira, em todo o mundo.
Com um telemóvel no bolso, à distância de um clique, perdeu-se uma capacidade importante do nosso comportamento: a do aborrecimento. A capacidade de estarmos connosco próprios, a oportunidade de reflectir sobre o que tem acontecido nos últimos dias e reflectir sobre isso mesmo ou de ver as pessoas passar, reparar nas coisas, pensar na vida. Ir ao café ou pegar numa folha e fazer um desenho é daquelas coisas que rapidamente estão a desaparecer.
Uma das coisas que agora faço muito é circular no Metro e dá para confirmar estes factos, mas o que mais me impressiona é que embora o artigo que vem na Visão fale essencialmente nos jovens, este «problema» afecta todas as faixas etárias. Ainda na passada semana estava a ver um casal com os seus dois filhos adolescentes em que os quatro não trocavam um olhar ou uma palavra já que durante a viagem que durou cerca de vinte minutos cada um deles basicamente estava hipnotizado pelo seu telefone. Eu sinceramente gosto de estar de vez em quando ao telefone, mas ele é um aparelho que foi inventado para me servir, mas hoje em dia as pessoas são quase escravas dos mesmos. E jánão falo da questão da vaidade porque nas gerações mais novas o normal é ter um telefone de 600 ou 700 euros porque o status dá aquele estilo. Podem não querer gastar 2 € no básico, mas para o resto tudo bem.