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marianagugudada

A vida não é feita por parcelas, é feita pelo todo

A vida não é feita por parcelas, é feita pelo todo

marianagugudada

30
Out16

Vais para o céu, para o Inferno ou para o colar

jl

cremação.jpgBoas.

Que vocês estejam em paz e que esteja tudo bem com vocês. Venho aqui deixar um artigo que fala sobre o churraso. Ai não é essas cinzas. É de uma cremação. Háááááááá. Cá vai então:

Quando Alexandrina Simões diz às pessoas que o marido, falecido há três anos, "anda sempre juntinho ao coração", não está a mentir. A professora reformada, a viver em Matosinhos, pegou "num bocadinho" das cinzas do marido e mandou colocá-las no interior de uma medalha de ouro que trás pendurada num pequeno colar. Ou seja se alguém assaltar a senhora e levar o colar, leva também o marido como bónus.

"Só não quero que a minha fotografia apareça no jornal, porque as pessoas lidam mal com a morte e tenho receio de ser mal interpretada", afirmou. Para as três netas, mandou fazer "umas medalhinhas parecidas", dando liberdade aos pais de autorizar, ou não, que as crianças usem as jóias. No total, gastou "cerca de 5 mil euros".

Que linda prenda para o Natal. Ò minha filha pega lá uma perna do avô. Digo eu.

Como Alexandrina, cada vez mais famílias optam por dar um destino às cinzas diferente do habitual. As agências funerárias apresentam um vasto catálogo de opções, que vão desde a confecção de joias até soluções ecológicas como transformar as cinzas em fertilizante para árvores (depois do preço que já li mais vale comprar um saco de fertilizante por 3 euros). O leque de preços também é grande e variado. Alguns artigos são feitos no estrangeiro, mas há joalheiros portugueses que já trabalham quase a tempo inteiro a fazer "relíquias" com cinzas.

Vítor Cristão (nome bem apropriado), da Associação dos Agentes Funerários de Portugal, diz que se nota "um crescimento muito acentuado no número de cremações". As causas para esta opção são variadas e passam "pela falta de espaço nos cemitérios e pelo preço dos jazigos". "Com a cremação, acabam-se os gastos em jazigos e flores", realçou.

Paulo Carreira, da Servilusa, a maior agência funerária portuguesa e proprietária de seis crematórios, avança com outra explicação. "As famílias estão cada vez mais deslocadas da sua terra natal e a cremação permite guardar as cinzas e aproximar as famílias dos seus mortos". Mas digo, que a senhora que em primeiro lugar vem no artigo sente o marido bem mais próximo.

Totalmente "verde" é a opção apresentada pela Sigmapack, a empresa de Lisboa que quer tornar ecológicos os funerais em Portugal. Só este ano, a empresa já fez 250 urnas (com cartão e papel reciclado) que, juntamente com as cinzas e alguma terra, serve de base à raiz de uma árvore que deverá ser replantada. "É o retorno à vida pelo meio da natureza" (aliás todos nós vimos da terra, somos como o feijão!!), disse Nuno Gonçalves, responsável da empresa. O meu sogro tem lá um terrenozito que se o pessoal até for enterrado de pé, ainda dá para fazer um dinheirito.

Dar um destino às cinzas

A procura de urnas biodegradáveis é feita também por pessoas que têm guardado em casa, algumas durante anos, cinzas de familiares. "É uma forma de retirar as cinzas de casa e devolvê-las à natureza através da plantação de uma árvore", referiu. Em alguns cemitérios e crematórios, já existem locais para depositar as cinzas como é o caso do "roseiral", no Tanatório de Matosinhos.

A legislação é omissa sobre este assunto permitindo, por exemplo, que as cinzas de pessoas que morreram fora do país sejam transportadas para Portugal, de avião, como bagagem de mão. Olha que lindo, um morto é equiparado a umas pastilhas elásticas.

Digam lá se não é um artigo giro para o Dia de Finados que se avizinha?

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